Vão-te fazer falta estes tempos...
- Catarina Oliveira
- 17 de abr. de 2020
- 2 min de leitura

Na imensa pressa para ir a lado nenhum começámos por fugir, através da ansiedade, raiva, tristeza, desorientação, do que, incredulamente, estamos a viver.
Estes primeiros estados emocionais deveriam e devem ser observados por quem os sente, e depois aceites como parte natural do mecanismo de defesa que, desde tempos primitivos, povoa o nosso cérebro face a qualquer adversidade a que somos sujeitos.
Uma vez aceites, teremos condições para permitir espaço mental para novas soluções, fruto, também, da nossa capacidade de adaptação e flexibilidade, que sempre nos impulsionou a desbravar novos caminhos à procura da felicidade, que, da experiência de consultas que vou tendo, mais não é do que a sensação de bem-estar, ou melhor dizendo, um estado emocional de serenidade, calma, tranquilidade, e paz.
Nos muitos dos exercícios que trabalho com as pessoas e grupos, e que vão "conversar" com o guardião dos nossos medos, mas também das nossas melhores qualidades e capacidades de resolução de desafios, ou seja, o inconsciente, todos conseguem resgatar esses estados que pretendem, porque já estão instalados em nós, apenas precisam de ser eliciados, desenvolvidos, e mantidos como hábito.
Não é um bicho de sete cabeças. Tem que haver disposição de quem os deseja, e orientação de quem pretende ajudar através do coaching, pnl, e ferramentas de comunicação da mediação de conflitos.
Essa serenidade ressoa dentro de nós, é visível no nosso corpo, e sentida na energizante calma que percorre o nosso corpo.
Essa serenidade aconteceu muitas vezes nesta reclusão forçada.
Nós é que não demos conta.
Perante a primazia imposta pelos canais de comunicação de mais fácil acesso, esquecemos de aceder ao nosso canal; àquilo que em nós nos põe em contacto com a nossa outra parte mais elevada, e, numa atitude quieta e perscrutadora lhe pergunta:
- " Que valores são uma prioridade para ti, e surgiram sem pedir licença nesta fase?";
- " Que insights repentinos tiveste, quando foste forçada a sair do automatismo quotidiano em que estavas inebriada?";
- " O que começaste a agradecer sem dares conta que o fazias?";
- " O que começaste a privilegiar sem seres forçado a pensar nisso?";
- " Que força descobriste em ti que ainda não sabias?";
- "O que começaste a fazer que ainda não fazias?".
Sugiro-te que registes por escrito as respostas a estas perguntas, pois assim não vais esquecer o que de novo encontraste, e que te vai fazer falta para iniciares um novo plano de acção para os outros tempos que virão.
Estes tempos vão fazer-te falta... mas ainda vais a tempo.
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