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A importância de um bom diagnóstico do conflito.


"Pôr o carro à frente dos bois", "Meter o pé na poça", "Enfiar a cabeça na areia", "Entrar a pé juntos", " Contar com o ovo...", "O pior cego é aquele que não quer ver".

Quantas vezes já nos aconteceu, utilizarmos estas expressões para classificarmos atitudes tomadas que não levaram ao melhor resultado?

O que em comum têm todas elas?

Uma postura de impulsividade, entusiasmo superficial, e ingenuidade complacente, ou, pelo contrário, uma postura de procrastinação, fuga, ou, apenas de ilusão que tudo está bem, adiando aquilo que, verdadeiramente, tem que ser feito para ir de encontro às nossas reais necessidades.

Numa altura ou outra da vida, todos nós já esperamos pelo ovo, fizemos buracos na areia, colocamos os pés onde não devíamos, e ficámos cegos, apesar de afirmamos afincadamente que víamos perfeitamente.

E está tudo bem. Faz parte do nosso espólio emocional memorizado, que se catapulta em reacções, sejam elas acções ou omissões, automáticas vindas de um inconsciente não trabalhado.

E isto tem repercussões em nós e nos outros que connosco convivem, quer seja no local de trabalho, familiar ou socialmente, implicando o escalar de conflitos que, a maior parte das vezes, não queríamos, não sabemos como surgiram, e, vamos ser honestos, sentimos que não temos mão para terminá-los, embora, muito frequentemente, queiramos mostrar que está tudo sob controlo; esse controlo que apenas significa a extrema insegurança que nos povoa, quanto ao seu desfecho.

Chegada a essa fase depositamos a sua resolução num outro. Desgastados pela corrosão do conflito, já nem queremos saber. O importante é que alguém resolva.

Pergunto-vos: esse alguém, que vai resolver uma parte da vossa vida, conhece-vos? Sabe toda a história percorrida até a este ponto? Interessa-se pelas vossas necessidades, e, mais importante ainda, as necessidades do(s) sistema(s) a que vocês pertencem, e que só funcionam de modo fluído, se cada parte também estiver funcional?

Esse alguém irá perguntar-vos o que realmente interessa? Compreender que não há pessoas limitadas, há apenas estados limitantes? Saber realmente separar as pessoas dos problemas, e assim, orientar para um caminho em que a vossa solução a todos satisfaça?

Quando há conflito, não podemos saltar a fase da observação e diagnóstico do mesmo, sob pena de não enveredarmos pelas acções mais satisfatórias para a sua resolução.

Esse diagnóstico é elaborado em conjunto com um profissional, através do apuramento e investigação profunda e séria de qual é o nosso real objectivo, pois muitas vezes encontra-se enviesado por tantas condicionantes que nos travam o pensamento; através do levantamento de obstáculos existentes, e recursos já disponíveis; através de acções pensadas a implementar para que, com temperança, racionalidade e objectividade co-criarem (o profissional e o cliente) uma nova realidade em que se promova o bem estar individual, nunca dissociado dos sistemas em que estamos inseridos.

Resolvermos um conflito, é conhecermos o conflito, e conhecermos o conflito é entendê-lo como um veículo (não obstáculo) para clarificar e iluminar uma realidade nova; um objectivo, uma emoção, uma descoberta sobre a nossa identidade que há muito queríamos alcançar, e que foi trazida à luz por ele.

Esta resolução implica um diagnóstico estruturado, sério e objectivo com a ajuda de um profissional dotado das ferramentas essenciais para alcançarmos uma melhor comunicação e negociação connosco próprios e com os outros.

Antes que metamos o pé na poça, e depois choremos pelo leite derramado



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