A casca quebrada- Equinócio de Outono
- Catarina Oliveira
- 23 de set. de 2019
- 2 min de leitura

Os rituias são símbolos transformados em acções.
Hoje celebra-se o equinócio de Outono, sinónimo de recolha e reflexão do que já não faz sentido que permaneça, e do que vale a pena manter e impulsionar.
Isto é conseguido através do despojar de qualquer mácara que, naturalmente, pelos condicionamlismos da vida, temos que manter.
Descascar camadas é um desafio, porque, primeiro, exige ATENÇÃO a nós mesmos: desvendar aquilo que somos realmente, e que foi submerso pelas experiências de vida.
Em segundo lugar, exige INVESTIGAÇÃO a nós mesmos: voltar a essas experiências de vida, e perceber, de uma forma crua, mas verdadeira e consciente, que não somos o que as experiências quiseram fazer de nós. Somos a essência constante por detrás delas, sem as suas vestes, que, naturalmente, tivemos em certo tempo e lugar que vestir para nos protegermos das tempestades.
Terceiro, leva à DESCOBERTA de nós mesmos: após aquele período conturbado, mas necessário a um renascimento, em que, rompendo automatismos, conseguimos apaziguar inseguranças ilusórias do medo de novas vestes, pois os trapos, mesmo que queiramos, já não nos servem, surge um EU.
Devagarinho... que a pressa é inimiga da integração.
Um EU despido das cascas que foram essenciais ao nosso brotar, sem as quais não cresceriamos, mas que já caíram.
E daqui partiremos, já mais consistentes e equilibrados, envergando um outro fato, que também terá o seu tempo de uso, e que, tal como os anteriores, há-de cair.
Mas nós havemos de mantermos-nos cada vez mais seguros no meio desta certeza da mutabilidade, que, agora, encaramos como natural e necessária, mas externa a nós.
Porque, quando nos descobrimos, a força intrínseca que nos transporta resiste a qualquer mudança de pele.
Impossível? Não, já há muitos exemplos do contrário. Descobrirmo-nos pode requerer ajuda, mas recorrer a ela será um investimento para toda a vida, pois passamos 24/dia, com os nossos pensamentos, emoções e acções.
Que sejam, então, os melhores.
Não te esqueças de ti, vem Escutar-te, Investigar-te, e, finalmente, Descobrir-te.