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As palavras são actos.


​​

" Eu compreendo", atiramos muita vezes para acalmar alguém (acalmarmo-nos?); para saltar apressadamente para outra fase da conversa com vista a chegar a um qualquer objectivo; para podermos iniciar com mais leveza a frase seguinte: "Eu compreendo. Mas...", que nos dará a razão que queremos instantaneamente ter.

Banalizamos a palavra sem atendermos com cuidado ao seu profundo significado.

A banalização está em voga, e, para além de outras, tem também como consequência o esvaziamento da substância das palavras, palavra essas, que mais não são do que atitudes mentais exteriorizadas.

As palavras são actos, e, como tal, necessitam de ter conteúdo, que se reproduz na ponderação e consciência de nós mesmos e dos outros à nossa volta.

Assim como não damos o passo em frente, se for para cair num buraco, proferir algo que não ressoe em nós, e dignifique a nossa presença e a presença do outro, será idêntico a dar uma passo para o abismo.

Quando dizemos "eu compreendo", temos que, previamente, nos prestarmos a um efectivo exercício de compreensão: observar por uns instantes (sim, que a vida é muito apressada!) uma realidade diferente.

Parar, não para pensar, mas sim para viajar para aquele ser estrangeiro (vem de estranho, desconhecido) com a mesma curiosidade e excitação que fazemos uma viagem geográfica, observando aquela nova cultura, absorvendo tudo o que há de novo, despidos de nós.

Só compreendes quando fazes uma real viagem pelo desconhecido.

 
 
 

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